A metodologia nascida na Google Ventures vem obtendo resultados fantásticos para empresas de todos os portes no mundo inteiro, mas ela não serve para resolver qualquer desafio. Damos dicas para você saber quando adotar o Design Sprint.
No mundo atual, velocidade no mundo dos negócios é um fator fundamental para uma empresa ou marca se manter relevante no mercado. Todos nós sabemos, entretanto, quanto demorado pode ser para se chegar a uma solução para um desafio que esteja tirando o sono de um gestor ou até mesmo para a criação de algo simples, mas que poderia trazer ganhos enormes.
Reuniões intermináveis, desenvolvimentos lentos, muitas vezes que esbarram em processos burocráticos de estruturas corporativas engessadas, são os principais fatores que derrubam a produtividade e inibem a criatividade e inovação dentro das empresas.
Quando você, gestor, pensa “Se fôssemos uma startup, tudo seria mais simples e ágil…”, saiba que é possível com o Design Sprint testar um novo produto ou serviço, por exemplo, em menos de uma semana.
Quer saber que tipo de desafio por ser resolvido por um Design Sprint?
1. Para solucionar um problema ou um desafio
O Design Sprint é ideal para se chegar a soluções de quaisquer problemas ou desafios. Entretanto, ele deve ter limites claros e foco bem determinado. Por exemplo, um Sprint não vai resolver os problemas do transporte público brasileiro, mas pode apresentar solução para melhorar a experiência de usuários de ônibus na cidade de São Paulo.
2. Para criar um produto ou um serviço
O Design Sprint reúne profissionais de várias áreas da empresa, que juntos, com técnicas que evitam discussões desnecessárias e dispersão de energia, desenvolvem a solução, o protótipo e, no último dia, o que foi criado é aprovado – ou não – a partir de testes com usuários reais. O desenvolvimento, de forma colaborativa, considera todas as áreas envolvidas com o novo produto ou serviço, evitando uma criação com possíveis gaps em algum processo. Já os testes finais garantem que a novidade será bem recebida por quem vai consumi-la.
3. Para reformular processos
A produção de algo tem que funcionar como uma orquestra. Quando em algum ponto há problemas recorrentes ou demanda tempo demais para a finalização, reunir a equipe envolvida para chegar a soluções para os desafios apresenta muito mais chances de sucesso. Quando o funcionário é ouvido, aumenta o engajamento e o empenho individual e da equipe.
4. Para reestruturar espaços físicos
Os líderes podem ter a melhor das intenções quando decidem rever a disposição do espaço de trabalho, mas se isso for feito partindo de ideias de pessoas que não vivem o cotidiano daquele local específico pode ser um tiro no escuro. Com o Design Sprint, o projeto de reestruturação parte das necessidades dos envolvidos, tornando-o mais eficiente e eficaz.
5. Para acelerar uma ideia
A gestão com foco nas pessoas incentiva o intraempreendedorismo, através do qual nascem boas ideias, das mais simples às mais complexas. Quando a sugestão é complexa, o Design Sprint entra para fazer com que a ideia seja testada com agilidade, sendo posta em prática sem riscos de ser fadada ao fracasso.
6. Para validar uma hipótese
As hipóteses podem levar uma empresa a outro patamar. Se alguém da empresa levantou uma hipótese que pode render bons frutos, ela pode rapidamente ser prototipada e testada para verificar sua aplicabilidade com a metodologia da Google Ventures.
Mas quais são as vantagens de recorrer ao Design Sprint? O resultado final é uma solução, testada com consumidores ou usuários reais e, por isso, com risco mínimo de erro. Assim, a empresa evita desperdiçar investimentos no lançamento ou reestruturação de algo, quando, na prática, a solução pode não funcionar como esperado.
Utilizar a metodologia traz ganhos também em aprendizado. Quando uma solução é colocada para rodar no Sprint, as pessoas aprendem com ela.
Seguindo a mesma lógica de pensamento do design como abordagem, o Sprint requer pesquisa, antes da execução, assim como testes. Isso traz conhecimento para os envolvidos, um aprendizado com quem efetivamente vai usar o serviço ou produto. A equipe sai do achismo para algo pragmático e tem a prova de que aquilo vai funcionar.
Esse mesmo time que participou do projeto tem outros ganhos, mais intangíveis: absorve o olhar do design, ao sair da rotina experimenta um “refresh” e aumenta seu engajamento na empresa, passando a ver os desafios do dia a dia profissional de outra forma.
Características do projeto
O Design Sprint foi inicialmente formatado como um método para ser aplicado em cinco dias, de segunda a sexta-feira. Mais tarde, foi desenvolvida a versão 2.0, que demanda somente quatro dias. Essa é a versão da metodologia que a Garage, unidade da Arco | Hub de Inovação, aplica. A principal diferença entre as duas versões é que a primeira exige a presença da equipe da empresa full time nos cinco dias, enquanto na 2.0 ela participa somente de dois dos quatro dias do projeto. São sete horas por dia de dedicação, das 10h às 17h, com uma hora de intervalo para o almoço.
A estrutura propõe a participação de sete pessoas – sendo uma delas obrigatoriamente o decisor –, além de um facilitador. Essa equipe, idealmente, é composta por funcionários de diferentes áreas da empresa, que tenham algum envolvimento com o desafio, e especialistas externos. Quanto mais diversa, mais rico será o resultado.
O método é aplicado com tarefas claras com tempos determinados, incluindo exercícios individuais e coletivos.
Além da Garage, que aplica o Sprint em quatro dias, outra unidade de negócios da Arco, a Academy oferece treinamento da metodologia, com 16 horas de duração e que prepara o aluno para se tornar facilitador de Sprints.
Então, seu desafio se encaixa no Design Sprint?